O Fluxo do Rio de Janeiro: Visualizando o transporte de ônibus
Este projeto experimental encontra-se voltado à visualização de dados dos fluxos de ônibus urbanos da cidade do Rio de Janeiro. Foram empregados dados gerados pelos GPS dos ônibus e disponibilizados no portal de dados abertos da prefeitura, o data.rio.
Buscamos estudar formas de dar visibilidade aos fluxos urbanos, ressaltando suas dinâmicas, utilização dos espaços e a rotina da população. Desta forma, buscamos produzir visualizações de dados que revelassem padrões, capazes de proporcionar novas maneiras de ver e entender a cidade.
Metodologia e referências
Como fundamentos teóricos destacamos o artigo “Sete Estágios da Visualização de Dados” encontrado no livro Visualizing Data: Exploring and Explaining Data with the Processing Environment de Ben Fry, e elementos do livro Data Points: Visualizations that means something, de Nathan Yau.
O desenvolvimento deste projeto também envolveu uma pesquisa extensiva de referências, artigos e visualizações. Este material serviu de base para fundamentação dos processos adotados, além de inspiração para as soluções propostas. As referências principais podem ser acessadas nos links a seguir:
Shanghai Metro Flow – Multiple perspectives into a subway system
Middle East – Key players & Relationships
Traffic in Lisbon and the visualization of trajectories
Seven Days of carsharing: Exploring and visualizing the Enjoy carsharing service in Milan
Processo de criação
A partir dos dados dos GPS dos ônibus, buscamos contextualizar as relações que poderiam ser destacadas. Observamos elementos relevantes no fluxo urbano, como os veículos, o local, o horário e a linha. Deste modo, nos arquivos de GPS, destacamos a dataHora, a ID do ônibus, a Linha, a Latitude e a Longitude, a Velocidade e as relações existentes entre essas dimensões.
Estudadas as correlações, foram selecionadas três relações consideradas como importantes para serem abordadas em uma representações do fluxo: Localização x Tempo, Localização x Linha e Ônibus x Localização. Em seguida, foi desenvolvido um estudo sobre cada uma destas relações, buscando as possíveis formas de abordá-las em uma visualização. Por exemplo, a Localização pode ser abordada tanto pela Área da cidade onde ocorre o fluxo, como pelo Trajeto de cada linha de ônibus. A partir deste raciocínio, foi possível determinar critérios que seriam importantes em uma visualização – ou seja – características que deveriam ser atentadas na hora de criar a visualização. No caso da Localização, a posição dos ônibus e a conexão proporcionada por eles foram os critérios encontrados.
Com os critérios em mente, foram desenvolvidas diversas sketches. Dentre as principais soluções encontradas estão a Rede, que envolve uma triangulação entre os locais conectados pelo fluxo, e o Scatter plot, um diagrama de dispersão para a distribuição dos ônibus pelo território da cidade.
Resultados e conclusões
De posse deste material, investigamos as figuras que melhor se adequavam à natureza dos dados obtidos. Foi desenvolvido um vídeo que contém um Scatter plot animado de um dia do fluxo de ônibus na cidade do Rio de Janeiro. O vídeo oferece uma visão geral do comportamento dos veículos ao longo de 24 horas. Verificamos como certas áreas da cidade apresentam uma variação considerável no fluxo de veículos. Consideramos que o emprego de dados de fluxos urbanos pode fornecer matéria prima para uma melhor compreensão da cidade.