Territórios indígenas ameaçados

Integridade territorial e ameaças à tribos indígenas brasileiras

Os territórios indígenas, ou TIs, foram regulamentadas por meios técnicos e legais nos termos da Constituição de 1988. Tribos indígenas estão espalhadas por todo o país, mas concentradas principalmente na região Norte. A constante diminuição das tribos é preocupante. Há uma visível falha nas fiscalizações, permitindo que os crimes ambientais sejam recorrentes, permitindo a caça, pesca e coleta ilegal, por exemplo. Não apenas indigenistas ressalvam os crimes, mas também cientistas e organizações locais que respeitam e preservam os locais.

O intuito dessa pesquisa foi elucidar o que está intrínseco e que infelizmente se tornou comum aos territórios indígenas. Suas ameaças que são constantes e esmaecem as delimitações territoriais impostas legalmente.

Visualização de dados física: territórios indígenas ameaçados.

 

Processo de criação

Em fevereiro de 2019 foi lançado o Terra +, um sistema de indicadores do ISA que permite a análise das terras englobadas na Amazônia Legal. De acordo com este e outra série de dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), eu promovi uma visualização que separa os 100 territórios que são ameaçados de acordo com seis categorias de risco.

Página inicial do Terras+

A nota de cada TI vai de 0 a 1, similar ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e são separadas em sete vetores importantes para a integridade do local. Cada indicador possui sua nota e o território pode ser comparado sistematicamente. Sendo assim, optei o vetor de integridade territorial, que é subdividida em seis ameaças dentro de si: coleta ilegal, caça ilegal, pesca ilegal, garimpo, madeireiro e invasão fundiária.

A forma escolhida foi a semelhante a um cocar, uma peça do vestuário indígena que varia sua utilidade de acordo com a tribo. A parte onde seriam colocadas penas são palitos de madeira com fios de bordado os envolvendo. Cada palito representa uma área e cada cor de fio, uma ameaça. Os nomes dos locais estão pendurados como etiquetas, codificados com três cores para melhor separar as áreas com risco grande / médio / pequeno. A estrutura total forma um “u” contrário, alongado e colado sobre papel pluma branco, com as tiras de nome penduradas para poder ser manuseada e virada, em uma parte está o nome e na de trás, seu número de 0 a 0,5.

Referência utilizada de acordo com um cocar brasileiro emoldurado

 

Metodologia

INTEGRIDADE TERRITORIAL

Definição: O indicador avalia o grau de segurança do território, incluindo os direitos indígenas ao usufruto exclusivo da TI e a presença de atividades consideradas ilegais de exploração de recursos e a presença fundiária ilegal por parte de não indígenas. A existência desse tipo de pressão está relacionada, sobretudo, à presença de não indígenas envolvidos em atividades consideradas ilegais de exploração de recursos, como coleta, caça, pesca e retirada de madeira, bem como à existência de ocupantes ilegais, como fazendeiros, grileiros, arrendatários e posseiros.

Componentes:

  1. a) Caça ilegal
  2. b) Pesca ilegal
  3. c) Coleta ilegal
  4. d) Garimpo ilegal
  5. e) Atividade madeireira
  6. f) Invasão ou ameaça fundiária

Cálculo: (a*11+b*11+c*6+d*22+e*22+f*28)/100

 

Sobre as variáveis: A compilação das informações sobre uso ilegal não indígena (itens a, b, c, d, e) e pressão fundiária (item f) são resultado do monitoramento de pressões e ameaças como caça, pesca e coleta, garimpo, atividade madeireira, posseiros, fazendeiros e arrendatário no interior das Terras Indígenas. Coletadas a partir de diferentes fontes (relatórios, denúncias e notícias), essas informações são organizadas e compiladas por meio do SisArp. As ameaças fundiárias e a exploração de recursos naturais no interior da Terra Indígena são uma das maiores barreiras para a efetivação ao direito ao usufruto exclusivo do território pelos povos indígenas.

 

Codificação

Sendo assim, tomei liberdade de ajustar cada qual por seu respectivo peso de impacto para o território e as codifiquei em uma cor sendo:

Coleta ilegal – Amarelo

Caça ilegal – Verde

Pesca ilegal – Azul

Garimpo ilegal – Vermelho

Atividade madeireira – Marrom

Invasão ou ameaça fundiária – Preto

As cores em cada palito começa de cima para baixo, a primeira de maior peso e presente na maioria dos territórios, somando 91 dos cem: invasão ou ameaça fundiária, seguido por 89 atividades madeireiras, 34 de garimpo, 40 pesca, 27 caça e, por fim, 15 de coleta ilegal. A frequência de cada cor varia, mas atinge certamente o índice de integridade dependendo da variação de pesos como é possível visualizar fisicamente no projeto.

Etiquetas com nomes dos territórios e palitos envolvidos com fios

 

Conclusão

Ocorreu uma série de pesquisas até o presente resultado, onde pude obter dados mais atualizados. O projeto Latentes foi uma opção, mas já constava com um mapa, e era bem definido no que precisava ser indicado. Já o Terra+ tinha subquestões que me interessaram mais em representar fisicamente e que não tinham sido primeiramente apresentadas. O primeiro enfoque da pesquisa foi a procura pela iminência das ameaças fundiárias, e não o estado que se encontrava a demarcação da terra para o governo. O IBGE apenas contribuiu para a apresentação do censo e a distribuição dos indígenas em territórios urbanos e rurais. O ISA apresentou gráficos e mapas importantes, além do próprio Terra+. Porém os dados não vinham inteiros ou eram apenas brevemente mencionadas as variáveis de ameaças. Até uma união desses dados e a medida de análise por índice ser projetada.

Visualização de dados física: territórios indígenas ameaçados.

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