Fisicalização de dados do comércio de africanos escravizados: sugestão para educadores

“A fisicalização de dados do comércio de africanos escravizados no Mundo Atlântico: sugestão para educadores” é o projeto desenvolvido pelo aluno Douglas Thomaz de Oliveira como Trabalho de Conclusão do Curso de Comunicação Visual Design pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. O projeto foi apresentado no Período Letivo Excepcional de 2020, sob a orientação da professora Doris Kosminsky.

O Trabalho realizado se desenvolveu a partir do projeto de de fisicalização de dados produzido no primeiro semestre de 2019 com a professora Doris, intitulado “Escultura de Dados: a dispersão de africanos escravizados pelo Mundo Atlântico”, que já foi publicado no site do LabVis. A seguir, Douglas conta um pouco do processo e da importância da pesquisa realizada para seu Trabalho de Conclusão de Curso.

“O trabalho que realizei para a conclusão do curso em Comunicação Visual Design tem a sua importância por fomentar a discussão e o envolvimento de estudantes do Ensino Médio com a visualização de dados. O objetivo foi o de auxiliar os docentes em sala de aula em atividades que visam sobretudo refletir sobre um dos episódios mais tristes da nossa história. A partir de um trabalho de fisicalização de dados produzido no primeiro semestre de 2019 com a professora Dóris, intitulado ‘Escultura de Dados: a dispersão de africanos escravizados pelo Mundo Atlântico’, elencamos alguns pontos e questões que nos pareceram pertinentes trabalhar com os estudantes.

Detalhe do projeto de fisicalização
Como ler a visualização
Como ler a visualização

A partir dessa análise, a próxima etapa foi transformar estas questões em planos de aula para professores, além de novas visualizações com novos dados não abordados no trabalho de fisicalização. A relevância da pesquisa justifica-se por dar protagonismo à discussão dos dados no mundo contemporâneo, trazendo visibilidade aos dados sobre o tráfico de escravos. Sua contribuição ao campo do Design diz respeito ao diálogo com outras disciplinas, como a História, Educação e Arte, além da realização prática de um trabalho em fisicalização, área ainda pouco explorada por designers.

Atividade 1: A História do tráfico de escravos africanos por meio da escultura de dados
Atividade 2: Construindo seu próprio trabalho de fisicalização de dados

O trabalho monográfico foi organizado em cinco capítulos principais que se desdobram em outros subcapítulos. No primeiro, a intenção foi de apresentar definições básicas sobre fisicalização de dados. No segundo, buscou-se descrever o projeto Slave Voyages, uma base de dados virtual sobre as viagens negreiras e o comércio de escravos na era moderna. Tal base de dados foi a principal fonte na obtenção dos dados para o trabalho de fisicalização apresentado no terceiro capítulo. No quarto, encontra-se uma reflexão sobre a disciplina História na sua relação com a visualização de dados. Ainda nesta parte, descreveram-se os materiais desenvolvidos para serem usados em sala, assim como as estratégias adotadas para as aulas. Por fim, na seção seguinte, as considerações finais sobre todo o trabalho realizado.

A experiência da produção do trabalho de fisicalização, seguida de uma posterior exposição pública de seus resultados, criaram uma oportunidade única para pensarmos o nosso projeto sob outras perspectivas e leituras. Entre os meses de setembro e outubro de 2019 o trabalho de fisicalização foi exposto no Paço Imperial na VII Bienal da Escola de Belas Artes. Nos meses de novembro e dezembro do mesmo ano fez parte da exposição “Os Sentidos da Forma: o design como ato poético” no Centro Cultural da Light. Somada às exposições que participou, o trabalho também ensejou a produção de dois artigos acadêmicos, o primeiro na Revista Diálogo com a Economia Criativa, e o segundo, na IEEE Computer Graphics and Applications.”

A fisicalização de dados exposta na VII Bienal da Escola de Belas Artes da UFRJ, em 2019.