Visualizando a interdisciplinaridade de TCCs em Design – Trabalhos da Graduação

O trabalho “Visualização da interdisciplinaridade nos TCCs de CVD UFRJ” foi desenvolvido pelos estudantes Ariel Tomazelli e Vitória Souto no semestre de 2022.2 na disciplina Visualização Criativa de Dados, ministrada pela professora Doris Kosminsky com apoio do doutorando Luis Ludwig na Escola de Belas Artes da UFRJ. O principal objetivo do trabalho é a elaboração de um protótipo de gráfico interativo que permita a visualização, ao longo do tempo, da interdisciplinaridade dos trabalhos de conclusão do curso Comunicação Visual Design da UFRJ. Para realização do projeto, os estudantes precisaram não apenas produzir a visualização de dados, mas também produzir e tratar esses dados.

Os dados usados para a realização do gráfico são provenientes de uma tabela da plataforma Notion criada pela aluna Vitória Souto sob orientação da professora Raquel Ponte no projeto “A identidade do curso Comunicação Visual Design da UFRJ”. O projeto visava, dentre outras coisas, a catalogação dos TCCs do curso realizados entre 2011 e 2021. Essa base de dados é pública e é atualizada com novos TCCs semestralmente pela professora Raquel Ponte. Clicando aqui você pode conferir um vídeo onde a estudante mostra a utilização da tabela.

A tabela possui dados acerca do título dos TCCs, autoria, orientação, semestre de realização, link para documento, palavras-chave, resumo e áreas do design contempladas. Contudo, como o objetivo do projeto aborda a interdisciplinaridade dos trabalhos, a dupla de estudantes precisou, como primeira etapa, produzir os dados desejados a partir da tabela ou adaptar seus dados existentes. Essa categorização foi feita a partir da análise dos resumos e sumários dos trabalhos. Além disso, também foi utilizada a coluna “Área do Design” presente na tabela, visto que algumas áreas presentes possuem interdisciplinaridade intrínseca. Por exemplo, áreas como ‘quadrinhos’ ou ‘ilustração’ sugerem uma interseção entre arte e design.

Ao fim do processo foram produzidas 29 categorias de interdisciplinaridade, mais 1 categoria contendo TCCs onde a interdisciplinaridade não foi identificada. Estas categorias foram chamadas de temas de interseção (subtags). Posteriormente, os 29 temas de interseção foram classificados em áreas de interseção (tags) a fim de aproximar temas que fossem similares. Notou-se que tal categorização soava arbitrária, e gerava conflito mesmo entre a dupla autora, então o trabalho foi refeito na busca de padronizar a categorização de modo mais conciso. Para isso, os autores decidiram guiar-se pelas áreas do conhecimento segundo a tabela da CAPES, criando um padrão chamado “Quando Usar”, conforme é possível analisar na seguinte tabela:

Tabela de padronização de áreas e temas.

Foram realizadas tentativas de diferentes tipos de visualização que fugissem de modelos de gráficos pré-existentes. Contudo, foi percebido que, devido ao volume de dados e aos percalços enfrentados no seu tratamento, o mais adequado seria a elaboração de um gráfico mais simples, mas que permitisse, de forma clara, a visualização dos dados escolhidos.


Rascunhos

O tipo de gráfico escolhido foi o diagrama sankey devido a sua característica de possuir fluxos multidirecionais. Assim, os dados sofreram um novo tratamento manual para se adequar ao padrão de input requerido no programa Flourish. O gráfico principal, bem como seus desdobramentos foram gerados no Flourish e posteriormente receberam tratamento cromático e tipográfico no programa Figma, a fim de se obter um visual mais adequado para o público alvo do projeto, estudantes de design.

Visão geral do gráfico produzido.

O protótipo com o resultado final pode ser navegado clicando aqui.

“Apesar das dificuldades enfrentadas ao longo do projeto, esta foi uma ótima oportunidade para os estudantes aprenderem não apenas sobre visualização de dados, mas também sobre elaboração de bases de dados, prototipagem em Figma e sobre a ferramenta Flourish. Dentro do escopo de tempo da disciplina foi inviável completar toda a prototipagem do gráfico, dado a quantidade de interações e falta de experiência dos autores. Mas nós, os autores, estamos contentes com o resultado e gratos pela oportunidade de errar e aprender com os erros.” (Trecho retirado do relatório entregue por Ariel e Vitória ao fim da disciplina.)