Reintrodução de antas na Mata Atlântica do Rio de Janeiro

Dashboard das condições de antas reintroduzidas no Rio de Janeiro

Este projeto tem o objetivo de construir um dashboard de visualização com base nos dados do LEMAS. O Laboratório de Ecologia e Manejo de Animais Silvestres no IFRJ, que conduz a pesquisa de reintrodução das antas na mata atlântica.

“A anta Tapirus terrestris é o maior mamífero herbívoro nativo da América do Sul, com até 300kg. Essa espécie foi extinta no Rio de Janeiro há mais de um século. Sua reintrodução pode auxiliar no restabelecimento das interações ecológicas e favorecer a restauração florestal.”

Reintrodução de antas na Mata Atlântica do Rio de Janeiro

 

A Pesquisa

A pesquisa para esse projeto se iniciou em maio, quando visitei o laboratório em si, no campus de São Cristóvão. Lá foram fornecidas informações básicas sobre os projetos relacionados à reintrodução das antas, além dos resumos de cada projeto. Cada estudante realiza um projeto diferente ao redor desse tema, mas alguns como projeto de conclusão de curso. 

Os dados destacados foram os de condição corporal, dispersão de sementes, compactação do solo, condição das mudas (de plantas da reserva), estrutura de vegetação e uso do espaço. Os selecionados foram os de condição corporal e uso do espaço. Por terem um uso mais claro e se referirem diretamente aos mesmos objetos: os animais da REGUA (Reserva ecológica do Guapiaçú). O orientador, Maron Galliez, considerou a ideia do dashboard interessante e cedeu as planilhas com os dados para realização.

 

Condição corporal

Os dados de condição corporal se referem a um cálculo feito com base na circunferência de partes específicas do corpo de cada anta. No projeto da Carolina Poublan, a cada parte do corpo do animal é assinalada uma pontuação, então somada, e relacionada a uma escala que vai de “definhando” a “obeso”. Portanto o objetivo é determinar a saúde e a qualidade alimentar das antas em seu período de adaptação após serem liberadas do cativeiro.

 

Uso do espaço

Os dados de uso do espaço se referem à localização obtida a partir de colares com GPS colocados em cada animal da reserva, atualizados a cada hora. A pesquisa da Júlia Bontempo serve para estimar a área necessária para a vida das antas e estabelecer relações de territorialidade e densidade de população, entre outros fatores. Os dados de maior interesse aqui são a área que cada anta ocupa no decorrer dos meses após sua soltura. A codificação inicial utilizava pontos que marcavam a localização das antas no momento de cada atualização do GPS. Porém, mais tarde, essa codificação foi mudada para o método de menor polígono convexo, para melhor expressão da área ocupada estimada.

 

Primeira versão

Como o objeto do projeto é um dashboard, a codificação não precisou ser muito elaborada ou complexa, tendo o objetivo de mostrar o maior número de dados com o máximo de clareza possível. Tendo isso em mente, os dados de condição corporal foram codificados em gráficos de linhas, que podem ser sobrepostos facilmente sem uma perda significativa de legibilidade. Para esses gráficos, também é necessário um modo de explicitar o cálculo feito para se chegar nos resultados, como os dados numéricos não tem unidades de medida comuns.

Condição corporal da Eva, anta mais antiga do projeto. Gráfico gerado pelo Tableau em 13 de junho de 2019
Nessa versão, os dados de condição corporal se limitaram à condição geral de cada animal, deixando de lado os dados complementares de cada parte do corpo que compõem esse valor.

 

A peça principal e que ocupa mais espaço do painel de informações é o mapa que mostra a localização das antas. Para esse mapa, é necessário que haja um modo de entender o tempo coberto por ele e os limites espaciais tanto da reserva ambiental, quanto da parte central cercada que existe dentro dela. As localizações das antas no mapa foram representadas como pontos, mas foi percebido que isso geralmente é lido como uma população de animais e não como um indivíduo em tempos separados como era intencionado. Por esse motivo, a representação será revista na segunda versão

 

Segunda versão

Na segunda versão do dashboard, a primeira modificação feita foi no mapa, para resolver o problema da confusão com relação ao número de antas. A visualização foi mudada para mostrar o menor polígono convexo que envolva completamente os pontos de localização registrados para cada anta. A área de vida é definida como sendo esse polígono. As áreas podem ser sobrepostas para efeito de comparação.

O mapa pode ser livremente convertido entre os modos “mapa”, que mostra uma representação gráfica simplificada. E “satélite”, que mostra uma foto aérea do local da reintrodução de antas, com a área da reserva sobreposta. 

O mapa também conta com controles de tempo, mostrando a expansão da área de vida das antas, e zoom.

 

Modificações gráficas da segunda versão

A outra parte do dashboard, o gráfico de condição corporal, também recebeu modificações. A maior parte dessas modificações foi feita para melhorar a legibilidade da peça, tendo a ver com cores e tamanhos de tipografia. As legendas que mostram a condição de cada animal baseada na pontuação foi movida para fora do gráfico. As marcações de tempo foram modificadas para aparecerem somente com mouse over. Mas a modificação mais importante dessa parte foi a adição dos dados específicos de cada parte do corpo das antas, que se somam para criar o gráfico principal. Esses dados são acessíveis por um botão de expansão, e quando aparecem, é somente para a primeira anta selecionada da lista, da esquerda para a direita.

 

Conclusão

Durante o desenvolvimento desse projeto, tive contato com outros estudantes e pesquisas de uma área consideravelmente fora da minha especialidade, mas que considero extremamente relevante. Um dos pontos de interesse foi na parte da pesquisa em si, como a reintrodução de antas na mata Atlântica. A partir dessa e de outras experiências densas de projeto neste semestre, ficou muito claro o quanto o contato entre as áreas é importante, e o quanto, em um projeto como este, a comunicação direta entre as partes é fundamental.

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