A arte como refúgio poético ante a vertigem do tempo 24/7
As novas mídias digitais, presença ubíqua no capitalismo do século XXI, criaram o mundo da vida ininterrupta, do fluxo contínuo 24/7 preenchido por atividades e operações incessantes e, muitas das vezes, automáticas. A qualquer hora do dia ou da noite se produz e se consome informação. É na contramão desse mundo sem pausa, das novidades que surgem e desaparecem em velocidade vertiginosa e das relações e emoções cada vez mais efêmeras, que diversos artistas têm buscado criar obras que enfatizem formas de percepção mais lentas e meditativas. É esse o pano de fundo da exposição Days of Endless Time, apresentada entre os dias 16 de outubro de 2014 e 12 de abril de 2015 no Smithsonian Hirshhorn Museum and Sculpture Garden, localizado em Washington D.C., onde doze artistas e um coletivo propõem diferentes estratégias para ensejar um refugio poético ante a vertigem do tempo. São quatorze instalações, com obras em vídeo e mídias digitais que, embora utilizem-se da mesma tecnologia que materializa a aceleração temporal, conduzem ao espaço atemporal de uma pausa flutuante.