Flores e Dados: Como a Arte Transforma Visualizações de Dados
Aproveitando a chegada da primavera, hoje vamos explorar um pouco a forma de representar e criar dados através do uso de flores e os porquês por trás dessas criações. Para isso, vamos nos aprofundar nas obras de Neil Richards e Annie Liao e seu uso criativo das flores da natureza em suas composições de Datavis.
Por que usar flores para visualizar dados?
Uma das razões pelas quais alguns designers escolhem flores como metáforas visuais é a estética. Flores chamam a atenção pela sua beleza natural, o que pode ser uma vantagem em cenários onde um gráfico simples pode não despertar interesse. Neil, em seu trabalho com a Premier League, usou flores para representar as mudanças nas equipes de futebol, aplicando uma abordagem puramente geométrica e matemática para criar flores visualmente atraentes. Cada pétala, caule e centro é codificado com dados, como posições dos jogadores, número de partidas e a pontuação geral da equipe. Isso cria uma visualização orgânica, mas que ainda é profundamente enraizada em informações numéricas.
Já Annie Liao, em seu projeto Baby Name Blossoms, utilizou a ideia de pétalas para quantificar a popularidade dos nomes de bebês. Assim como Neil, ela encontrou no formato das flores uma maneira de modificar criativamente o possível uso de um gráfico de barras.
O poder da metáfora visual
O uso de flores para representar dados pode parecer não convencional, mas essa “excentricidade”, como coloca Neil, é o que torna as visualizações mais envolventes e memoráveis. As flores oferecem uma flexibilidade incomum: seus diferentes elementos (pétalas, centros e caules) podem ser ajustados para representar variáveis como tamanho, forma, cor e posição. Cada uma dessas características pode ser usada para contar diversas histórias da forma mais criativa possível.
Além da estética, a escolha de flores pode carregar simbolismos fortes. No projeto de Neil para a Operation Fistula, por exemplo, as flores representam esperança e vida, enquanto na visualização de Annie, a variação de cores das pétalas baseadas nas vogais dos nomes cria uma assinatura única para cada nome.
Unindo arte, dados e tecnologia
Essas visualizações não apenas trazem um apelo visual, mas também utilizam tecnologias avançadas, como D3.js, para manipular dados e transformá-los em formas artísticas. Annie Liao compartilha os desafios técnicos que enfrentou ao criar suas flores, desde o uso de Flexbox para layout até a complexidade de escalar elementos SVG de forma responsiva. No entanto, ela destaca como as dificuldades valeram a pena, e no resultado belíssimo que sua obra trouxe.
Por fim, visualizações de dados como flores não são apenas uma forma bonita de apresentar informações. Elas representam uma nova maneira de pensar sobre como comunicar dados, saindo da rigidez dos gráficos tradicionais e incrementando algo mais orgânico. Seja para trazer um toque de beleza a relatórios ou para cativar o público com algo visualmente impactante.
Este post utiliza dois artigos como referências, são eles:
When Art Meets Data: Flowers as a Visual Metaphor – Annie Liao
Why do I use flowers to visualise data? – Neil Richards