Os lixões do mundo

Assim como o projeto Trash Track, apresentado no post anterior, esse infográfico atenta para a questão do destino do lixo, em especial o lixo eletrônico. Como podemos perceber grande parte do e-lixo (como é chamado lixo eletrônico) produzido nos EUA, Europa, Canadá e Japão são enviados para outros países do mundo. É a mesma lógica de varrer a sujeira para baixo do tapete, não é por que você não a vê que ela deixa de existir. O Brasil, como tantos outros países serve de lixão para o “Primeiro Mundo”, o que já se tornou uma prática comum, mas a maioria de nós, cidadãos brasileiros, não está ciente desse fato. Além disso, muitas empresas dizem recolher os produtos usados dos clientes para o seu reutilizo, mas na verdade despejam os produtos eletrônicos, que não possuem mais funcionalidade, em países subdesenvolvidos com a desculpa de estarem doando tecnologia. O que muitos não se dão conta é que a produção de lixo aumenta na mesma proporção que novos produtos eletrônicos são lançados no mercado. O consumo desenfreado leva a uma produção absurda de resíduos, e quando não existir mais campos, rios e praias para despejar os Ipads e celulares da geração passada, para onde iremos enviá-los? Ao espaço?

Pelo visto o problema não é a produção lixo ou o seu destino, mas sim a consequência de um sistema econômico baseado na produção e consumo de bens. Visto que a única solução real para a redução da produção de resíduos seria uma revolução social e econômica, projetos como esses são essenciais para a conscientização da população, e assim tornar possível o início dessas mudanças ao menos no âmbito social. Por meio da visualização de dados e infográficos, problemas antes invisíveis aos nossos olhos tornam-se visíveis e relevantes, demonstrando que o poder de comunicação do design pode ser usado também para provocar mudanças sociais.