LifeLog, um Backup da sua vida

Mesmo que você não conheça o termo, a técnica de life-logging foi popularizada há algum tempo entre as grandes massas e consiste em armazenar os mais variados tipos de dados sobre a sua vida, automática ou manualmente, consciente ou inconscientemente. Desde que as redes sociais tornaram-se uma espécie de diário, tornaram-se também as ferramentas mais comuns de life-blogging (não só coletar, mas também postar os dados pessoais). Lugares visitados, atividades cotidianas, status de humor, interações, músicas recentes, etc. Se você não se lembra de quem estava no seu aniversário passado, provavelmente tem uma foto no Facebook que te fará lembrar.

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O life-logging também tem sido bem explorado na área de saúde e bem estar. Grandes marcas como Google, Apple e a Samsung criaram dispositivos vestíveis que coletam dados como frequência cardíaca, qualidade do sono e distância percorrida. Esses dispostivos, também chamados de Smartwear auxiliam tanto na prática de esportes (Pulseira FITBIT, Samsumg Gear Fit,…) quanto no monitoramento de pessoas com com condições de saúde especiais (iHealth, SmartPills,…).

Há ainda meios que elevam a coleta de dados pessoais a um nível muito mais sofisticado como óculos minicâmeras que tiram fotos automáticas de 30 em 30 segundos e as guardam em um banco de dados privado. Mas até que ponto o LifeLog consegue, enquanto arquivo, conter todas as informações sobre alguém? Coletar todas as experiências vividas? Em 1945, o cientista americano Vannevar Bush publicou a ideia de uma máquina visionária: Memex (mistura de memory e index). Tal máquina serviria como estoque de informações, memórias e conhecimento que poderiam ser consultadas para suprir as “falhas da memória humana”. Uma máquina como esta ainda não foi criada, porém a Microsoft Research (empresa da Microsoft responsável por pesquisas e projetos científicos) inspirada pelo artigo As We May Think, sobre a Memex, lançou o projeto MyLifeBits. O projeto tenta realizar a visão de Vannevar ao automatizar uma biblioteca com documentos, fotos e sons captados durante toda a vida de uma pessoa, no caso, Gordon Bell. Bell armazenou digitalmente todos os documentos que leu ou produziu, CDs, cartas, livros, apresentações, filmes caseiros, gravações de voz, diários, etc. Agora na era digital ele ainda registra ligações de celular, interações online, videos e programas de tv e radio. MyLifeBits também é um software onde todos esses dados são armazenados com fácil acesso e as demonstrações desse software podem ser vistas no site da Microsoft Research. Já com 80 anos Gordon Bell, junto aos criadores do projeto,publicou o livro Total Recall que descreve “implicações de uma memória virtual, pessoal e da vida toda  para recordação, trabalho, saúde, educação e imortalidade.”

Se você acha que essa história de guardar TODOS os dados sobre sua vida online é um tanto estranha, Gordon Bell, que já usa uma câmera automática há mais de 15 anos e é cientista da computação, prevê que “life-logging extremo será lugar comum na década de 20, considerando a nova geração de dispositivos [vestíveis].”

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