Cartografia de aromas
Odores nos despertam sensações que só nós conhecemos; o cheiro da casa de alguém especial, do nosso prato preferido, do canto de dormir… Eles também constituem nossa memória e tomam para si um lugar próprio no espaço. Foi inspirada por essa atmosfera que Kate McLean desenvolveu o Sensory Maps.
Em cidades como Newport (Rhode Island), Edimburgo e Glasgow (Escócia), Paris, Nova Iorque (e outros) Katie se deu a tarefa de conhecer os cheiros que as constituem e, a partir disso, criar uma “pintura” de seus aromas. Além da abordagem estética, essa forma de recontar a cidade é um registro de sua história e identidade.
Katie também fez um “sensory ethnography” (algo como “Etnografia do cheiro”). Conversou com moradores das regiões utilizadas no processo e pediu que eles falassem sobre os aromas que os envolviam e que dissessem qual é o cheiro que define a cidade para eles.
Durante a composição de seus mapas de de “dados olfativos”, McLean aboliu os marcos cartográficos padrão, como ruas, avenidas ou rios. Ela adotou pontos que fossem importantes para a criação do cheiro que circundava o ambiente, como uma lanchonete de fish and chips (peixe e batata frita) ou uma cafeteria.
Esses novos marcos foram colocados no mapa em pontos, cada ponto tem uma cor e estão envolvidos com ondas de cheiros que redesenham a cidade.
Além do desenvolvimento visual do processo, Katie apostou na simulação do cheiro que sentia nas ruas – como o do banheiro de meninos do primário – e guardou em garrafas a essência das cidades que, de certa forma, são retratos delas e contam suas histórias.