Ver para crer: Visualização de dados e racionalização da visão
O tema deste artigo surgiu durante um projeto de visualização de dados abertos do governo do Canadá, desenvolvido na Universidade de Calgary ao longo de três anos. Durante esse período, tivemos muitas conversas frutíferas sobre as implicações da visualização de dados para o público e a possibilidade de confiança trazida pelos dados. Este artigo é resultado de algumas dessas conversas e uma primeira versão foi apresentada no congresso Information+. O vídeo da apresentação pode ser conferido abaixo.
O presente artigo redigido por Doris Kosminsky, Jagoda Walny, Jo Vermeulen, Søren Knudsen, Wesley Willett, & Sheelagh Carpendale, foi publicado na revista Information Design Journal e encontra-se disponível aqui.
RESUMO: As visualizações de dados são frequentemente representadas no discurso público como prova objetiva de fatos. No entanto, uma visualização trata-se apenas de uma tradução da realidade, assim como acontece com outras mídias, dispositivos ou modos de representação. Na medida em que desejamos incentivar a produção e utilização consciente, informada e fundamentada de visualizações de dados, torna-se crucial considerar por que elas são frequentemente apresentadas e interpretadas como objetivas. Neste artigo, refletimos teoricamente sobre a visualização de dados como um sistema de representação historicamente ancorado na ciência, no racionalismo e em noções de objetividade. Ela coloca-se em uma linhagem de convenções para representações visuais que se estendem desde o Renascimento até o presente e incluem desenho em perspectiva, fotografia, cinema e televisão, além de computação gráfica. Examinando nossa tendência a ver credibilidade nas visualizações de dados e fundamentando essa predisposição em um contexto histórico, esperamos incentivar uma produção e interpretação mais crítica e diferenciada das visualizações de dados no discurso público.