Retratos Etéreos

Se uma imagem vale mais do que mil palavras, o que ela valeria após ser processada por algorítimos aleatórios? A artista alemã Diana Lange responde a essa pergunta pegando retratos relativamente simples e repassando-os por trechos de código que ela mesma programou usando processing.

Os resultados são elegantes figuras etéreas surpreendentemente resultantes de um processo que não segue algum planejamento estético.

Inicialmente, Lange começou seus experimentos dentro de um sistema de partículas puro. Vários parâmetros baseados na física poderiam moldar a interação dessas partículas para criar imagens imprevisíveis . Mas o diferencial artístico que Lange atingiu aconteceu quando ela decidiu ligar estes sistemas de partículas com dados de imagens reais. Os resultados se encontram em algum lugar entre wireframes Kinect e retratos de estúdio , com um acabamento que varia de polígonos brutos a simulações de pele em 3D altamente detalhadas.

“Eu procuro o equilíbrio entre o caos e a ordem , exatidão matemática e erros ,assim como uma área de conflito em estruturas micro e macro “, ela explica.

https://www.flickr.com/photos/dianalange/8492719087/in/album-72157632813464791/

https://www.flickr.com/photos/dianalange/8492720453/in/album-72157632813464791/

Esse processo pode parecer esotérico e misterioso ,se fazendo necessária uma análise cuidadosa dessas essas imagens. Percebe-se que apenas alguns pontos podem dar origem a um quadro inteiro de abstração ou precisão. Mesmo sem entender completamente o trabalho de Lange em Processing, ainda é possível decifrar como ela opera , equilibrando os cinzas entre a computação e seu próprio estilo de fotografia digital.

Em arte generativa , esse meio termo é precisamente onde os artistas habitam, compartilhando o processo criativo com uma espécie de ”primo informatizado”. Acontece que , com o desenho retratista algorítmico , tanto o processo quanto o produto final retratam a mistura cada vez mais intrínseca do homem com a máquina.