"Vales misteriosos" nas pinturas sobre dados

As imagens acima são de desenhos em tamanhos grandes e pinturas a óleo de Jonathan Zawada. A topografia da paisagem foi obtida a partir de dados, posteriormente modelados em 3D e pintados a óleo. Os conjuntos de dados empregados por Zawada podem ser surpreendentes como, por exemplo, o uso da maconha/ano por 12 alunos comparado à vendas de discos de vinil e CDs entre 1975 e 2000;  ou ainda o valor da terra por metro quadrado no Second Life comparado ao valor da terra por metro quadrado em Dubai entre 2007 e 2009. Os dados são manipulados através de um programa fractal 3D de modo a criar um ambiente que imita uma paisagem montanhosa.

As paisagens pintadas são uma resposta à realidade “virtual” das experiências digitais, destacadas pelo nivelamento intrínseco e a paleta de cores surreais. Invocando a hipótese robótica de “Uncanny Valley”, os trabalhos têm uma qualidade andróide, um senso de realidade, mas não muito, o que deixa uma incomoda sensação de algo ao mesmo tempo familiar e dessemelhante.

“Uncanny Valley” é uma hipótese da robótica sobre as reações emocionais dos seres humanos em relação aos robôs e outras entidades não-humanas. Foi introduzida pelo roboticista japonês Masahiro Mori em 1970 e defende que as atitudes quase-humanas de robôs provoca repulsa nos humanos. O “vale” em questão é um afundamento no gráfico das reações humanas às semelhanças do robô.

(via Barbara Castro via http://www.triangulationblog.com)