Um novo mapa para o Brasil

Esta pesquisa consiste em experimentar formas diferentes de mapa para o Brasil em que todos os estados tivessem uma mesma área, para que, a princípio, fossem mostrados dados através da cor. Os dados utilizados na pesquisa foram as notas médias do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM – de 2014.

Mas por qual motivo criar um novo mapa?

Nos Estados Unidos, centro de referencias de visualizações, os estados têm área parecida, e muitas visualizações com o mapa físico são feitas.

No primeiro esboço para esta visualização, note que tentei utilizar o mesmo recurso:

Porém, a diferença em área dos estados brasileiros pode divergir muito, como no caso de Sergipe e Amazonas.

Este problema com o mapa do Brasil foi o que levou à pesquisa por uma nova representação. Esta representação deixaria todos os estados com uma mesma área, e deveria conservar, o máximo possível, sua referência geográfica. A este tipo de mapa, em que ele perde alguma de suas caracteristicas, damos o nome de cartograma.
Utilizando figuras de hexágonos regulares com mesmo tamanho, que representam os estados, consegui chegar a este resultado:

Primeiro esboço do cartograma, mapa do Brasil e o cartograma vetorizado.

Nesta primeira tentativa de organizar um cartograma surgiram 2 questões principais:
Estados litorâneos sem mar
Estados vizinhos separados

A partir de então uma série de cartogramas foram experimentados, para ver qual se adequava melhor, tanto lógico quanto esteticamente, a uma visualização de dados do Brasil.

No mapa de hexágonos, depois de tentar resolver as duas questões levantadas, passei a discutir com o grupo que era impossível resolvê-la, pois ao organizar o cartograma de forma diferente, outros estados fugiam à regra de vizinhança e de litoral.

Assim procurei uma forma geométrica que permitisse mais conexões, e foi o caso do triângulo, pois ele se conecta com outros 12, enquanto que o hexágono somente com outros 6.

Cada hexágono se liga a 6, enquanto cada triângulo se liga a outros 12 triângulos.

Sendo assim, resolvi experimentar com peças físicas do cartograma de triângulos, e uma das combinações foi vetorizada.

Por abstrair ainda mais o mapa original, esta solução não foi muito bem aceita pelo grupo.

Voltando ao mapa de hexágonos, tentamos separá-lo por regiões, o que poderia amenizar o problema do litoral, porém o resultado não pareceu muito bom pela rigidez da grade de hexágonos.

Como outra alternativa, seguindo a mesma configuração dos hexágonos, criamos um cartograma com círculos, no qual uma membrana.
Por necessitar de uma cor, a membrana poderia influenciar na interpretação da visualização.

Neste momento da pesquisa, para que as duas questões com as quais nos deparamos no início fossem resolvidas logicamente, o professor Cláudio Esperança montou um algoritmo que arranjasse os estados de forma que eles tivessem a mesma distância.

Nota-se que a Bahia, por possuir muitos vizinhos, praticamente, permanece no interior.
Da configuração final deste algoritmo surgiram as seguintes representações com formas geométricas.

Ao fim decidimos pelo mapa de hexágonos pela sua semelhança com o mapa do Brasil e por considerar que neste cartograma, alguns problemas, não seriam solúveis, como é o caso da Bahia, terra da nossa orientadora Dóris, que até mesmo no algoritmo, acabava por se deslocar para o interior.

Por último temos aplicações de cores no cartograma final.

Veja a conclusão do trabalho publicada na revista InfoDesign: https://infodesign.org.br/infodesign/article/view/563